sexta-feira, 29 de outubro de 2010

BOA NOITE


Porquê eles fazem isso com a gente?
Porquê durante o dia, com claridade, barulho, passarinhos piando, telefone tocando, máquina de lavar a todo vapor e tantos outros zunidos do dia-a-dia, basta darmos a mamadeira, e puft...eles dormem em 5,4,3 minutos?
Porquê isso não acontece na calada da noite.
Tudo escurinho, quentinho, a cidade calma, a lua linda lá fora, o quarto preparadinho a meia-luz, tudo, tudo perfeito, no maior clima pra ser uma noitezinha deliciosa, e, de repente, depois da mamada..., vc naquela expectativa de que vai ser fácil, ele tá molinho, todo largado...........ah, agora vai, e puuuuuuft, o olhão arregala?
Não entendo o por que dessa troca.
Já tentei continuar o barulho, deixar tudo aceso, falar alto, não funcionou. O lance é a noite mesmo. Parece que desde pequenos somos condicionados a gostar dela.
Me diga você, quando tinha 40 dias, 3 aninhos, 10, 15, 25...vc tb não gostava de perder tempo dormindo. Pra que? Se a noite podemos explorar melhor os sentidos, sentir a calmaria da vida, desfrutar de um silêncio só nosso, quando reinamos absolutos no barulho?
Noites longas e em claro nos esperam. Agora acompanhada desse serzinho, que não me deixa dormir, mas tá grudadinho debaixo da asa. Mas e depois? Na hora das baladas? Ai, ai.....não vamos dormir nunca mais...
E.T: foto da última noite, depois de quase 15 horas de olhos arregalados.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

PEQUENOS E IMPORTANTES PRAZERES


Nunca pensei que ações tão pequenas, fossem responsáveis pelos maiores momentos de felicidade da minha vida a partir desse momento pós prenha que tô vivendo.
Pensem vcs o que significa um arroto. Fala sério! Um inútil e safado arroto, que até então eu soltei vários, ouvi vários e disputei, inclusive muitos, ali na beira da piscina, nas férias, me enchendo de Coca-Cola com a primaiada. Pois bem, esse mesmo arroto, tem sido responsável por horas boas ou más de sono do Lucas.
A sequencia dos deuses seria: mamar, fazer cocô, mamar de novo, arrotar e nanar. E quando isso acontece. Bingo!! Quanta felicidade! Ele não regurgita o leite, vira de ladinho e dorme feito um anjo. Agora, amiguinhos..., se ele não arrota..., aí o bicho pega gostoso. Aí é um tal de se espremer, voltar leite, dar gritos e gemer a noite toda, até a próxima mamada. Quer ver eu ficar mais feliz do que ver meu pequeno arrotando? É a hora do cocô. E confesso..., Lucas tá se adaptando a um outro complemento, então anda sofrendo com o dito número 2. Passa 2, 3, 4 mamadas com a fralda limpinha pra meu completo desespero.
Se espreme todo, solta pum, geme, chega a ficar roxo. Faz uns grunhidos que nem o pior dos bichinhos do pântano fazem..., até finalmente a avalanche chegar.
E quando ela chega, ahhhhhhhhhhh, é um prazer só!! Pra ele, pra mim e pro papy. Sim!! Sofremos juntos!! Nossos diálogos se resumem a cocô. Que merda, né? Pois é! "Oi amorzinho, bom dia! E o Luquinhas? Fez cocô?" ..., "ainda não, tá aqui se espremendo, uma hora sai"..., no MSN a mesma coisa..., e aí?? ele fez? amor?? vc taí?? explode a tela me pedindo atenção..., mas eu tô lá dentro do quarto dele. Explodindo de felicidade porque meu bebê enfim fez cocô. Não vejo a hora de olhar a fralda, sentir o cheiro, ver que tem bastante, analisar a cor, a textura. Limpo tudo rapidinho, carrego meu pequeno cantando de alegria e corro pro telefone pra contar a novidade. "Ele fez, ele fez papai!! Um montão!! E o pai não se contém: "mas é que cor? verde amarelado, ou amarelo meio marron?? mas muito mole? mas muito muito ou muito mais ou menos?" Sei que o prazer é absurdo. E ver aquela carinha ressonando aliviada, aaaaaaaaaaai, vale qualquer nojeira.
Pra terminar tem a barata ameixa, que anda ajudando pacas. Eu explico: costumava chamar as ameixas, aquelas coisas gosmentas e pretas que nossas mães teimam em colocar em bolos e manjares e acham que fica gostoso, de barata. Eu e minha irmã passamos a vida reclamando das baratas e mosquitos (uva passa) das comidas. Mal sabíamos que elas seriam habitantes constantes em nossas geladeiras, pias e microondas. Convivo com elas e adoro! Chazinho de ameixa no baby. Tiro e queda, muito cocô!
Vida de mãe é assim. Torcemos pelos arrotos e cocôs fedidos de nossas crias. E torceremos mais ainda quando eles disputarem, já grandes, seus grandes arrotos, nas férias, se enchendo de Coca-Cola!!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

1 MÊS


Fruto de duas vidas
Sementinha pra eternidade
Poesia rara e infinita
Desejado com todo amor
Nasceu abençoado, de saúde e felicidade
Chegou na hora certa.
Virou nossas vidas de cabeça pra baixo
E vamos contigo, anjinho amado, plantando as bananeiras e aprendendo com elas.
São só 30 dias, e assim será, sempre!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E.A.S.Y


A palavra é curtinha e já diz tudo. Segundo "A Encantadora de bebês", seria fácil, fácil implantar a rotina, afinal, bastava seguir as regras:
E - eat - comer
A - activity - atividade
S - sleep - dormir
Y - you - cuidar de vc
Segui à risca.
Deu certo.Ufa!! Rotina implantada, contando, claro com muita sorte sobre o temperamento do bebê (que não entrou na fila daqueles que choram horas e por qualquer coisa. Pegou a fila dos que mamam e dormem, graças!).
Só que não existe somente essa rotina, existem muitas outras rotininhas que se arrastam ao longo dos dias.
Logo que entrei de licença, pensei e ouvi muito - Agora é só curtir! O pior já passou, afinal, acabaram as dores nas costas, o inchaço, a pressão alta, o medo da contração de madrugada, todas as incertezas do parto e dos primeiros dias de um recém-nascido...
é..., tudo isso acabou, mas a maratona estava só começando. Sabia que iam ser dias difíceis, de novidades e adaptações, de desafios e experimentações, mas não imaginava a dureza da rotina.
Não sei ao certo onde começa e termina meu dia. Sei que tudo começa de 3 em 3 horas. Aliás, é a pergunta que mais me faço. Que horas são?? Já tá na hora da próxima mamada?
Acordo as 9h (acordo, é ótimo....rs) dou a mamadeira, troco a fralda, faço arrotar (isso é f., vai uns 10 minutos, quando ele colabora), aí ele dorme. Enquanto isso, tenho 3 horas pra arrumar a casa, alimentar os gatos, esquentar a água do banho, esterilizar as mamadeiras, colocar as roupinhas pra lavar, entregar o lixo, olhar meus emails, consultar o saldo no banco, fazer a lista do mercado, atender telefone, tirar leite, tomar café, escovar dentes e tomar banho. Tudo cronometrado. Pode olhar no relógio, não demora muito e deu meio-dia, e ele começa a gemer querendo mamar..., e lá vou eu de novo, de 3 em 3 horas: 12h, 15h, 18h, 21h, 0h, 3h, 6h, 9h...um reloginho, easy, easy...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

BEBÊ JOHNSONS


Amigos,

vou aproveitar esse espaço que é bem visto pra fazer um pedido.
Minha sobrinha Maria Eduarda está concorrendo ao calendário BEBÊ JOHNSONS.
Preciso da ajudinha de vcs pra que ela ganhe.
Basta votar, por favor, 1 vez por dia durante 7 dias no site abaixo.
Segue link: http://fotos.bebesdocalendario.com.br/_Maria-Eduarda-Kerpen-Rovini-Martins/photo/11166725/175101.html. Espalhem pros amigos, parentes pro mundo....... por favor.
Dudinha bebê do ano!!!!!
Divulguem. obrigada!
Dinda coruja

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MÃE DO LUCAS


Minha identidade como Cristiane com nome e sobrenome durou esses 35 anos, até o dia 17/09, data da internação pra parir. A partir disso, virei simplesmente, a mãe do Lucas. Entro no prédio e os porteiros apontam, "lá vai a mãe do Lucas", marco pediatra e na recepção sou atendida como mãe do Lucas. Até correspondência recebo em nome do Lucas. Impressionante, como perdemos o nome do dia pra noite. Não só o nome. Perdemos a individualidade. Passamos a pensar por 2, existir por 2, nos preocuparmos por 2.
Preciso comer bem pra ter leite pra alimentá-lo, preciso me manter calma pra controlar a ansiedade dele, preciso estar sem dor e saudável pra maratona diária de fraldas, mamadeiras, cólicas, banhos. Preciso estar a postos pra qualquer tom de choro. Há um tempo as ligações não são mais pra mim, nem emails, presentes, visitas ou mensagens no orkut. Tenho toda uma infância, adolescência e vida adulta pela frente pra me acostumar com esse novo adjetivo. Estamos apenas nos 20 primeiros dias...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

INCONDICIONAL


Não sei ao certo o verdadeiro significado. Mas sei que é inexplicável, é algo que não se alcança, mede ou têm parâmetros. Dói de tão bom. É um suspiro, um respiro, um
puxar de ar profundo. Desde que era um grãozinho, eu já sentia um troço diferente, mas agora que é um nenezico, aaaaaaaaaaaaaaai como dói.
Inexplicável também é essa ligação. Brota um instinto, uma intuição, um saber não se sabe de onde. Nunca troquei fraldas na vida, nem de primos, de sobrinha, nem de bonecas. Mas me vi feita pra isso. Sem qualquer aula, qualquer curso. A noite, no escuro, em cima da cama. Pronto. Só pra não ver meu pequeno incomodado. Sei de trás pra frente a hora da fome, da cólica, da manha, do frio, do sono, do simples virar de lado. Conheço cada traço, cada careta, entendo os murmúrios, os gemidos, as risadas, o olhar..., que mesmo embaçado já me reconhece e troca a todo momento essa cumplicidade só nossa. Meu pedacinho de gente hoje faz 20 dias. Já entende o mundo de cá, já sabe pedir o que precisa, já entende nossas vozes, já sente o carinho. E parece que esteve sempre por aqui. Abobalhada, não durmo direito desde que ele chegou. Mas as piscadelas entre uma mamada e outra, já revigoram toda energia que ele precisa de mim. Vai ser sempre assim. Vai doer, vou morrer de sono, vou esquecer de jantar, de tomar banho, vou chegar antes que ele esboce o primeiro choro..., mas não vou perder um segundo deste contato, deste cheiro, da mãozinha me procurando.
... talvez isso seja incondicional, afinal, não existe condição melhor pra esse amor.

domingo, 3 de outubro de 2010

NUDE PARA GESTANTES


Nada poético o pós parto.
Além de todas as preocupações com seu pequeno rebento, você tem que criar rapidinho a rotina dele para por em dia as visitas que não foram à maternidade. Não há como ficar bonita.
Você acabou de ser cortada em pedaços, seu andar que pendia pro lado agora pende pra cima, pois os pontos repuxam e vc tem a nítida impressão que vai se rasgar toda no primeiro espirro.
A vontade é de ficar deitada, esperando tudo passar, mas a urgência da vida não espera.
Sem contar que mal vc se recuperou um tiquinho da parte de baixo e tirou os pontos (e com sorte a cicatrização foi boa, meu caso), seu peito não dá trégua. Parece que liga uma chavinha tipo, parte de baixo ok, ligar parte de cima, e dá-lhe leite. No meu caso, o Lucas, afobado do jeito que é, não tem paciência pro peito, então eu tiro leite, muito leite, várias vezes ao dia na bombinha elétrica abençoada. São horas vendo tv e pingando leite, porque senão a coisa empedra, esquenta e arde.
Uma dica pra que essa fase seja encarada com menos dor: abuse dos acessórios. Use a calçola alta e bege parecida com a da sua avô, use a cinta bege tamanho 50 e o sutiã com alças sustentáveis e buraco no meio. Use o absorvente de seios, a concha de silicone, as pomandas cicatrizantes, óleos de banho e cremes anti-estrias.
Gata, não queira ficar bonita nessa fase. Você vai se ver no espelho, vai continuar inchada, só que sem a barriga, vai sentir dor sim, vai ter umas pontadas ao sentar e levantar, vai perder o pudor desfilando nua pela casa, cheirando a leite e vai ter certeza de que o bege é sua cor favorita, afinal vc está na moda porque ele virou Nude!!
E quando aquele rostinho, mesmo sem enxergar direito, te achar a mamãe mais linda do mundo, aí tudo valerá a pena!

PREMATUROS


Já que meu pequerrucho é prematuro eu não sabia nada sobre esse universo, claro que fui me especiliazar no assunto.
Entre fóruns na net, blog, sites, livros e artigos em revistas, ficou a síntese de que:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acata como bebê prematuro aquele nascido antes de 37 semanas; como bebê a termo (ou de 9 meses), o nascido após 42 semanas. Além disso, definiu-se também a prematuridade extrema englobando os bebês antes de 28 semanas
Em relação ao peso no nascimento, define-se o bebê com menos de 2.500g como de baixo peso. Aqueles que nascem com peso inferior a 1500g são chamados recém-nascidos de muito baixo peso e podem ser pré termo, a termo e pós termo. Os nascidos entre 37 e 42 semanas com peso de 2500g a 3700g são adequados para a idade gestacional.

Características do prematuro:
Pele lisa e fina, pés lisos ou com poucas marcas, orelhas lisas e sem cartilagem, olhos salientes, pêlos finos no dorso, ombros e braços (lanugem), mamilos pouco definidos, braços e pernas bastante flexíveis. No caso do Lucas, bolsa escrotal vazia, sem testículos, nas meninas, grandes lábios pouco proeminentes. A cabeça pode ser desproporcional ao tamanho do corpo, o choro fraco, a sucção débil e a respiração rápida e predominantemente abdominal. Seu comprimento é inferior a 47 cm e a circunferência da cabeça é menor que 33 cm. O Lucas nasceu com 44 cm e 31 de circunferência.

Medicina:
O avanço da medicina, com o uso de novas drogas e tecnologias, gtem possibilitado resultados excepcionais na área neonatal, salvando bebês cada vez mais prematuros. Sua mortalidade caiu vertiginosamente, por isso a preocupação atual não é mais apenas a sobrevivência e sim a qualidade de vida que esses pequenos bebês terão após permanecerem 2 ou 3 meses internados em UTIs neonatais. Como consequência, as chances de sobrevida dos bebês têm aumentado muito, que dependerão não somente das condições ao nascimento e do tempo gestacional, mas também da assistência médica que receber. Os critérios para a alta hospital depois da permanência na UTI incluem peso acima de 2000g, a sucção plena e eficaz no seio materno ou mamadeira e principalmente a segurança e tranquilidade dos pais em levar seu filho para casa após dias sob cuidados especiais.

Fonte:
A vida do bebê - Dr.Rinaldo De Lamare - Ediouro

O Lucas:
Nasceu de 36 semanas, um pé lá na 37ª. Considerado prematuro mas com peso, 2590g, por isso recebeu alta logo e só precisou da UTI para tirar o restante de água do pulmão, que ele não conseguiu na hora do parto.
Hoje, 15 dias depois do nacimento, meu prematuro mama mais que um bezerro, tanto do leite materno quanto do complemento, recuperou os gramas perdidos na maternidade e no esforço para sobreviver e a foto comprova que de lento eles não têm nada. O bichinho até segura a mamadeira sozinho.

O NASCIMENTO E OS PRIMEIROS DIAS