sábado, 30 de julho de 2011

NOTÍCIAS BOAS








Não foram nada fáceis esses 2 últimos meses.
Desde o dia 13 de maio, passamos um bocado com o Lucas:
- Queda de trocador
- 3 dias de internação por baixa saturação
- Escarlatina
- Conjuntivite
- 5 dias de internação por Pneumonia
- Resfriado
- 10 dias de internação com UTI por Atelectasia

Hoje, finalmente, descobrimos o que ele tem e agora apagado o incêndio e a crise, vamos tratar e prevenir. Ainda estamos no hospital, mas a previsão de alta, é segunda-feira.

Lucas tem uma formação de Atelectasia, muito comum em bebês prematuros. O brônquio fecha e entope por algum fator externo (poluição, pó, pêlos, cigarro) ou do próprio organismo (catarro) e impede a troca de gases do corpo no pulmão direito, (oxigênio e gás carbônico), com isso, a saturação (nível de oxigênio) cai, deixando-o cansadinho e com taquipnéias.

Foi o que aconteceu sexta retrasada. Ele teve isso enquanto dormia e demoramos a perceber, por isso deu entrada urgente na UTI, saturando 74 quando o normal é acima de 94.

Os sintomas disso são:
- respiração ofegante
- barriguinha subindo e descendo muito rápido
- respiração pelas costelas
- afundamento da garganta e glote
- batimento das asinhas do nariz
- arroxeamento das extremidades (boca, unhas, pés e mãos)
- corpo gelado
- gemidos ou chiados altos e prolongados
- prostração (sonolência)
- falta de apetite

Uma semana se passou, à base de muita fisioterapia pulmonar, que são manobras e massagens no pulmão, além de aspirações com cânulas introduzidas no nariz e que vão até a traquéia aspirar o catarro, muito antibiótico, corticóides, antialérgicos, soro, raio x, oxigênio artificial e coletas de sangue, vírus e bactérias.

Hoje, depois de 6 raio x, a atelectasia se manteve, não se "desfez" como os médicos falam, e optamos por uma micro cirurgia chamada Broncoscopia. Uma espécie de endoscopia para aspirar melhor o catarro ou algum corpo estranho que supostamente ele tenha inalado. Punk é a anestesia geral, tirando isso, tudo é muito rápido e indolor.
Diogo entrou com ele, não tive coragem.
Uma hora depois estavam de volta, correu tudo bem, mas não acharam nada nos pulmões, só a atelectasia.

Agora com um diagnóstico real, podemos tratá-lo em casa, com mais fisio, remédios, aerolim e corticóides, para manter a saturação em 94.

O grande desafio será descobrir se algum fator em casa está desenvolvendo essa "reação" pulmonar e desencadeando "teoricamente" um quadro alérgico e asmático.

A casa passará por uma revolução:
- Higienização e desbacterização de ácaros e germes
- Aquisição de umidificador, purificador, esterilizador, inalador, bombinhas
- Afastamento provisório dos gatos
- Corte do cigarro
- Doação de tapetes e cortinas
- Extermínio de pelúcia
- E uma reza braba pra que chova e molhe essa secura de poluição

Lucas fará acompanhamento:
- Pediátrico
- Pneumológico
- Homeopático
- Alérgico

Tratamento:
- Fisio todos os dias
- Singulair (antialérgico). Quem for propagandista me ajude com amostras, pois o remédio é caríssimo.
- Aerolim (bombinha de asma)
- Inalação com Berotec

Agora são 23h19 de sábado e eu não tiro o olho do oxímetro, que graças a Deus e pela primeira vez em 8 dias está marcando 97 de saturação e 120 batimentos por minuto. Ufa!!

Tentando explicar, é esse o quadro.
Lucas está estável, se adaptando a respirar sem oxigênio e preparando-se para se livrar de todas as moças loiras de branco que entram de 2 em 2 horas no quarto.

Eu, apesar de todo o cansaço físico e mental quero agradecer a todos pelas orações e mensagens de carinho, vcs foram incríveis curtindo cada evolução e postando boas vibrações, mas queria agradecer principalmente algumas pessoinhas em particular que fizeram desses quase 10 dias, minha maior força pra me manter animada e com energia:

- Diogo - sem vc, eu já teria desabado. Te amo mais e mais a cada segundo. Força é só vc quem sabe me passar.

- Família - apesar de estarmos passando por tantos outros percalços, nossa união é que nos encoraja e eu preciso disso pra sempre. Deixei Vovó Sirley pilhada com tantas recomendações, ela não pregou o olho a noite cuidando do oxigênio, obrigada de coração.

- Dra.Daniela e Dra.Simone - 2 grandes anjos que conheci e além de cuidarem do Lucas, mantém meu emocional equilibrado.

- Cássia - que começou agora como babá e já está aprendendo todos os truques de enfermagem.

- Fabio - o melhor diretor que eu jamais pensei ter. Sem sua compreensão e apoio, talvez fosse impossível conciliar trabalho e hospital.

- Patinha Garbin - minha assistente mais que competente, entende todas as minhas frases picadas pelo MSN e faz tudo direitinho.

- Déia japa, Betona, Peninha, Tia Giusi, Miguel, Kikas, Dri Braga e Valim, Eliana, Lelê, Furlan, Flaquer, Déia Bucci, Clarinha, Carol Krueger, Rene, Felps. O conforto que vcs me deram, foram fundamentais pra segurar a barra.

- Deus - hoje eu acredito mais em você!

E bola pra frente, porque o próximo post, tenho certeza que vai ser de alguma arte bem levada do Lucas! Preciso correr pois o aniversário dele tá chegando e ainda não preparei naaaaaaaaaaaaaaaaaaada!!!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

LUCAS DODÓI

Infelizmente não tenho motivos para postar as gracinhas do Lucas, mas como sei que muita gente tá torcendo por nós, precisava vir aqui para explicar o que está acontecendo e acredito que o Blog seja um meio de alertar papais sobre essa doença.

Lucas tem uma inflamação no pulmãozinho direito chamada Atelectasia, abaixo tem toda a explicação. No caso dele, ainda estamos na parte de antibióticos e fisioterapia. Talvez a última opção seja a Bronquioscopia, pois temos certeza de que ele não inalou nem engoliu nada, mas crianças são fogo...
Ele está estável e progredindo, respirando melhor, mas precisa eliminar esse catarro (que só vai sair quando a atelectasia abrir o brônquio de vez). Passamos pela UTI, Semi e agora estamos no quarto.

Agradeço desde já aos telefonemas, visitas e orações. Estamos no quarto 414 do Samaritano, fone 3821 5414. Horário livre para visitas.

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ATELECTASIA PULMONAR
Sinônimos:
Colapso pulmonar.

O QUE É?
É o colapso de parte ou de todo pulmão. Ou seja, o pulmão "murcha" numa parte ou na sua totalidade por um bloqueio na passagem do ar pelos brônquios de maior ou menor calibre (brônquio ou bronquíolo, respectivamente). Os brônquios são tubos que dão passagem ao ar, espalhando-o por todo o pulmão.
COMO SE DESENVOLVE?

A atelectasia pode surgir por mecanismos diferentes.
O acúmulo de secreções nos brônquios pode bloquear a passagem do ar, levando ao colapso parcial ou total do pulmão afetado.
Quando algum objeto, inadvertidamente, entra na via aérea e chega ao brônquio, a atelectasia poderá ocorrer. Isto costuma acontecer mais com as crianças, quando engolem algum brinquedo ou outro objeto pequeno.
Os tumores pulmonares podem crescer dentro de um brônquio ou pressioná-lo externamente, causando, em alguns casos, a atelectasia parcial ou total do pulmão.
Pacientes que sofrem uma anestesia geral, que tem alguma doença pulmonar crônica ou que ficam muito tempo acamados podem, eventualmente, apresentar uma atelectasia.
Num adulto, a atelectasia geralmente não é uma situação ameaçadora à vida, já que as partes do pulmão que não foram comprometidas fazem uma compensação da perda de função da área afetada. Por outro lado, a mesma situação num bebê ou numa criança pequena pode representar uma ameaça à vida.

O QUE SE SENTE?
Os sintomas associados a essa situação podem estar presentes ou não. Dependerá, principalmente, do tamanho da área afetada do pulmão e da presença ou não de doenças concorrentes. A atelectasia pulmonar poderá estar acompanhada de dor torácica, tosse ou dificuldade para respirar.

COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO?
Através de exames de imagem, como a radiografia ou tomografia computadorizada do tórax, o médico poderá fazer o diagnóstico. A atelectasia, ao exame físico do paciente, poderá ser suspeitada na minoria dos casos. Isto porque terá de haver um colapso pulmonar de uma área extensa do pulmão para que surjam alterações no exame físico.
A broncoscopia - exame que observa a parte interna dos pulmões através de um aparelho flexível dotado de fibras ópticas e lentes - é capaz de detectar o bloqueio da passagem de ar (do brônquio) e sua causa.

COMO SE TRATA?
O tratamento deverá ser escolhido de acordo com a causa da atelectasia, com o objetivo de expandir novamente ("inflar") o pulmão.
Nos casos de acúmulo de secreções, a fisioterapia pulmonar para a mobilização das secreções e a broncoscopia para a aspiração dessas será o tratamento mais indicado.
A fisioterapia poderá utilizar-se de exercícios respiratórios, tapotagem (pequenos golpes com os punhos nos pulmões), drenagem postural (colocando o indivíduo numa posição que favoreça a saída das secreções), cinesioterapia e vibradores.
Quando houver alguma infecção bacteriana (por bactérias) associada ao excesso de secreções, os antibióticos deverão ser indicados. Além desses, os mucolíticos (medicamentos que facilitam a expectoração das secreções) poderão ser utilizados nas infecções respiratórias, sejam elas virais ou bacterianas.
Nos casos de corpo estranho na via aérea (objetos), a broncoscopia deverá ser realizada para fazer a remoção. Se não for exitosa, a cirurgia deverá ser realizada.
Quando a causa da atelectasia for um tumor, o tratamento dele deverá solucionar a atelectasia.

COMO SE PREVINE?
Manter os pequenos objetos longe do alcance das crianças é uma maneira de prevenir as atelectasias causadas por corpo estranho. Da mesma forma, os pais deverão ter cautela na escolha dos brinquedos que devem ser adequados à idade da criança.
Evitar longos períodos deitado na cama também é importante para prevenção das atelectasias, principalmente após cirurgias. Neste mesmo sentido, a fisioterapia também poderá ser necessária. Ela pode ser utilizada para a prevenção das atelectasias.
Nos adultos, principalmente idosos, deverão manter acompanhamento com dentista para que não ocorram aspiração de dente ou prótese mal fixada para os pulmões.

COMPLICAÇÕES
A pneumonia é uma complicação que pode se desenvolver poucos dias após o surgimento de uma atelectasia. Portanto, é importante a resolução do problema.

Fonte:http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?41

segunda-feira, 18 de julho de 2011

10 MESES






De repente, era semente
e essa semente virou gente
gentinha que cutucou um amor
Um amor nunca antes sentido, imaginado, dividido...
Sem querer, foi crescendo, explodindo, vingando,
não cabendo dentro do coração.

...e 8, 9, 10 meses voaram! Assim, piscando!
Quanto aprendizado, quanta preocupação, quanto amor esmagado,
quanta vontade de gritar pro mundo que eu te amo mais que todas as linhas desse blog.

E falta tão pouco pra te ver conquistar pequenas coisas, falta pouco pra 1 aninho!
Mas falta tanta pra vc alcançar o mundo, e o mundo é só o começa dessa caminhada!

Lucas - 18 de julho - 10 meses

sexta-feira, 8 de julho de 2011

COMO MANTER A IMUNIDADE DOS NOSSOS BABYS NESSE INVERNO



As crianças pequenas são as maiores vítimas das viroses de inverno. Não cruze os braços! Alguns cuidados muito simples vão deixar as defesas do seu filho mais resistentes aos perigos que vêm com o frio.

Os bebês nascem com o sistema imunológico cru. Assim como as habilidades de andar e de falar, essas defesas amadurecem com o tempo e à medida que a criança entra em contato com vírus e bactérias. Tanto que muitos pediatras acham comum que, até os 2 ou 3 anos, os pequenos apresentem de sete a oito infecções anuais. Especialmente se freqüentam desde cedo berçários e creches, onde a convivência com outras crianças e com os funcionários da instituição normalmente se encarrega de socializar as viroses. "O recém-nascido já tem o arcabouço de seu sistema de defesas pronto. Mas é como um livro em branco onde ele irá escrever as receitas de como combater as infecções e outros agentes estranhos a seu organismo", explica Victor Nudelman, pediatra e imunologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "A criança pode preencher as páginas em quatro ou em dez anos. Depende da exposição que terá a microrganismos potencialmente perigosos." Não é possível nem aconselhável manter o bebê numa redoma, evitando que pegue gripes e resfriados, porque são essas experiências que o ajudam a esculpir suas defesas. Mas o ideal é moderar essa exposição, especialmente no primeiro ano de vida, para não sobrecarregar o organismo ainda "inexperiente".Não significa, porém, que você deva ficar de braços cruzados esperando que seu filho escreva sozinho o livro de sua imunidade. Existem várias recomendações que, colocadas em prática já, o ajudarão a fortalecer suas defesas. Vamos a elas:

Valiosas regras de higiene
Lavar as mãos antes de pegar o bebê e esterilizar chupetas, mamadeiras, copinhos e brinquedos que vão à boca são cuidados que evitam a superexposição de seu filho a germes, bactérias e vírus. "Esses conceitos básicos muitas vezes são deixados de lado", observa a neonatologista Alice Deutsch, do Albert Einstein. Da mesma forma, convém evitar que pessoas gripadas fiquem muito perto do bebê nos primeiros meses. São precauções simples que preservam um pouco suas defesas ainda frágeis.

Proteção em cada mamada
Não é de hoje que você ouve dizer que não há nada melhor para o bebê do que o leite materno. Tanto que os especialistas recomendam que a criança seja alimentada exclusivamente com ele até os 6 meses de vida. Pois aí vai outro forte motivo para insistir nessa tecla: além de todos os nutrientes importantíssimos para o crescimento de seu filho, seu leite é fonte de várias substâncias que fortalecem as defesas dele. A começar pelo colostro, aquele líquido ralo dos primeiros dias. Uma das poderosas substâncias que ele contém é a imunoglobulina IgA, um anticorpo que se espalha pela mucosa intestinal infantil formando uma barreira bioquímica que impede a penetração no organismo de bactérias perigosas.Outra substância vital é o oligossacáride, um açúcar que estimula a proliferação de uma flora intestinal também disposta a combater tais bactérias. "Com essas substâncias, a criança amamentada fica mais protegida contra problemas como a diarréia", explica o pediatra Fábio Ancona Lopez, professor de nutrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O leite materno também injeta no organismo do bebê milhões de glóbulos brancos, a principal célula de defesa do nosso corpo. "Além de tudo isso, é fonte dos chamados fatores inespecíficos, substâncias que potencializam o desempenho dos glóbulos brancos e dos anticorpos produzidos pela criança", completa. Mas não se desespere se não conseguir suprir as necessidades de seu filho até os 6 meses preconizados pelos pediatras - situação bastante comum entre mulheres que voltam ao trabalho depois da licença-maternidade. "Um período de quatro meses de amamentação exclusiva já é considerado satisfatório pela Organização Mundial de Saúde", tranqüiliza Lopez.

Frutas e legumes têm a força
O efeito é indireto, mas igualmente importante. Assim como o corpo, para se fortalecer o sistema imunológico precisa de vitaminas e sais minerais. "Eles ajudam a modular as reações químicas necessárias para a produção de anticorpos. Ou seja, se o organismo dispõe desses nutrientes nas quantidades ideais, consegue produzir uma resposta imunológica mais rápida", explica Nudelman. Uma alimentação balanceada, especialmente rica em frutas e legumes, principais fontes de vitaminas e sais minerais, é, segundo Ancona Lopez, suficiente para dar uma força extra - e preciosa - às defesas do pequeno. A maneira de conseguir isso é engatar um programa esperto de desmame, oferecendo a ele uma boa variedade de alimentos sólidos.

O poder restaurador do descanso
Pesquisas neurológicas mais recentes garantem que boas horas de sono são imprescindíveis para fortalecer o sistema imunológico. "Estudos feitos com ratos mostraram que depois de 72 horas sem dormir eles apresentavam alto risco de contrair infecção generalizada", diz o neurologista Mauro Muszkat, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Interdisciplinar da Universidade Federal de São Paulo. A explicação é simples. Em primeiro lugar, se não dormimos direito, produzimos mais hormônios do stress, que acabam prejudicando o desempenho das células de defesa do organismo. Segundo, é durante o sono que fabricamos uma quantidade maior de substâncias que estão diretamente ligadas tanto à produção de anticorpos quanto ao desempenho dessas células. Portanto, certifique-se de que seu bebê durma o suficiente: de 16 a 20 horas por dia, no caso dos recém-nascidos; de 14 a 15 horas, incluindo as sonecas diurnas, para os bebês de 6 meses a 2 anos. Cuidar para que a criança tenha um sono de qualidade também é importante. O que significa proporcionar a ela um ambiente tranqüilo, sem barulho, com luz reduzida e que não incida em seu rosto.

Carteirinha de vacinas em dia
Elas são uma maneira de expor a criança ao agente infeccioso de forma controlada e, com isso, dar ao sistema de defesa a oportunidade de fabricar os anticorpos. Dessa forma, quando o bebê for exposto à bactéria ou ao vírus de verdade, seu organismo já terá como combatê-lo ou no mínimo amenizar os efeitos. "A maioria das vacinas utilizadas nos calendários de imunização recomendados pelos médicos e pelo governo tem eficácia próxima a 100%", diz o pediatra Roberto Bittar, da Cliap - Clínica de Imunização Pediátrica, de São Paulo. Para que seu filho se beneficie dessa proteção, porém, é fundamental vaciná-lo nas datas indicadas.O roteiro de prevenção começa com a vacina contra a hepatite B, cuja primeira dose deve ser dada ainda na maternidade. O mesmo vale para a BCG, que imuniza contra a tuberculose. A partir daí, você traça com o pediatra o caminho a seguir. Hoje em dia, quem tem disponibilidade de pagar um pouco mais para imunizar o filho em instituições particulares conta com vacinas de última geração, que apresentam várias vantagens. As combinadas, que reúnem num único produto a proteção contra várias doenças, estão nesse grupo. "A tendência é cada vez mais produzir vacinas com o maior número de combinações possíveis. Dessa forma, diminuímos o número de injeções que a criança toma e a necessidade de visitas freqüentes aos locais de imunização", observa Bittar. Um exemplo disso é a vacina conhecida como pentavalente, que engloba a Salk (contra poliomielite), a tríplice (coqueluche, difteria e tétano) e a Haemophilus influenzae (meningite e infecções generalizadas). Ela é dada em quatro doses: aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 18 meses. São portanto quatro picadas. Se optar pelas convencionais, seu filho terá que tomar 12 picadas. A Haemophilus influenzae inaugura ainda outra conquista: graças aos avanços tecnológicos que incorporou, pode ser aplicada já a partir dos 2 meses de vida. Antigamente, apenas crianças de 2 anos ou mais receberiam esse tipo de imunização. "Aí ela já não era tão necessária, pois as crianças correm maior risco de contrair as infecções que essa vacina previne justamente nos dois primeiros anos", conclui Bittar.

Como funcionam nossas defesas
Nossa estratégia de defesa começa com a pele, que reveste o corpo e barra os agentes agressores externos. "Mas é em nosso organismo que estão os soldados mais especializados em combater infecções e outras doenças", afirma Marco Aurélio Sáfadi, pediatra e infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. O exército mais numeroso é composto de glóbulos brancos, células "patrulheiras" que percorrem nosso corpo à procura de vírus, bactérias e outros invasores que possam causar algum dano. Identificando algum deles, elas imediatamente disparam uma ordem para a produção de anticorpos, as imunoglobulinas, cuja missão é eliminar o inimigo. Esses soldados de ataque são altamente especializados: para cada agente infeccioso, o sistema imunológico tem que bolar uma "receita" específica de anticorpos. "Se é a primeira vez que o organismo do bebê identifica o microrganismo, levará algum tempo para preparar a resposta. Mas automaticamente ele irá memorizá-la e, da próxima vez em que o vírus aparecer, será mais prontamente combatido", explica Sáfadi.

As armas que ele recebe ainda no útero
Nos últimos três meses de gestação, a mãe passa uma provisão de anticorpos para o bebê que o protegerá nos primeiros 6 meses de vida. "São anticorpos contra as doenças que ela já teve ou contra as quais foi vacinada, como o sarampo. Depois eles perdem a validade e caberá ao bebê fabricar as próprias defesas", esclarece Marco Aurélio Sáfadi, pediatra e infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Esse é mais um dos motivos para que a mãe faça um pré-natal caprichado e se previna contra os riscos de ter o filho prematuramente. "Os bebês prematuros são ainda mais vulneráveis a infecções, porque não contam com essa proteção imunológica adquirida ainda no útero", diz a neonatologista Alice Deutsch, do Hospital Israelita Albert Einstein, também em São Paulo.

A magia do toque
Que a massagem aprofunda o vínculo entre mãe e bebê pouca gente duvida. Mas vários estudos tentam verificar se esses toques teriam a capacidade de fortalecer o sistema imunológico da criança. "Existem indícios de que a massagem desencadeia alterações no sistema nervoso central, que teriam como reflexo a ativação ou modulação das defesas da criança", observa a enfermeira e psicomotricista Maria das Graças Barreto Silva, coordenadora do Grupo de Massagem e Estimulação de Bebês, do departamento de enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Mesmo que os efeitos na imunidade não tenham ainda comprovação científica, não custa tentar: no mínimo, será um momento de prazer compartilhado entre mãe e filho.

Fonte: Guia do bebê - Editora Abril