sexta-feira, 18 de maio de 2012

E O BEBÊ CRESCEU

Hoje nosso pequeno completa 1 ano e 8 meses. E eu fico pensando quanta coisa aconteceu nesse ano que mal começou e já está no meio de maio. Nosso bebezico está perdendo os "ares" de bebê. Mas eu ainda insisto em chamá-lo assim. Pergunto quem é o bebezinho da mamãe e ele responde. Ele responde gente! Fala tuuuuuuuuuuuudo! Se comunica muito, interage, tem personalidade, mostra opinião, faz valer suas vontades, impõe o que quer, e agora descobriu a palavra "quero". Tudo tem um quero na frente. "Quero a peta", "quero tetê", "quero papá", "quero cói". Impressionante! A parte doencinhas na escola também deram uma trégua apesar dessa friaca desgranhenta. Acho que enfim, a tal imunidade rolou. Esse ano e período eram a nossa prova de que a medicação que ele toma desde os 7 meses está valendo a pena. Santo Singulair! Nenhum grande susto nunca mais. Esse mês recebemos a pastinha de atividades do bimestre escolar. E é tão gratificante ver seu pequerrucho aprendendo as coisas. Já sabe contar até 5. Reconhece as cores e tem preferência pelo "veimeio e amaieio". Sabe formas geométricas "tiangu", "circu" e "cadadu". Conta o que fez na sala - "pinto, giz no papel", "vi cocó" e o "pacacá". Aliás, o pacacá é uma obsessão alucinada. De 20 palavras, 19 são "quero pacacá". Um dia ainda vou contratar um pra ficar 24h ao lado dele. Voltando à escolinha, a parte temática também está bem divertida. Ele já participa de várias festinhas e conta que teve bolo e parabéns, já veio fantasiado de índio, coelhinho, e até prestou homenagem ao dia do circo e de Monteiro Lobato. Dia das Mães nem se fala. Fez ele mesmo um presentinho simples com as mãozinhas que quase desmaiei de emoção. E agora tá mais gostosa essa participação pois podemos levá-lo à passeios mais interessantes. Semana passada fomos ao Aquário de São Paulo pra ver os "pessinhus". Ele amou! Saindo de lá fomos ao Playland e não é que ele se divertiu no meio daquele monte de brinquedo barulhento! Sem contar que a mala de sair, ficou menor. Como ele se alimenta normal, quilos de coisas ficaram pra trás. Ufa!! A jornada da vez agora é desfraldar. Aos pouquinhos estamos tentando. A última parte desse meu relato de menino crescidinho é que ele virou celebridade! Mês passado foi escolhido pra lançar uma campanha da RiHappy e foi muito profissional, estará no ar em comerciais de tv e no material promocional da loja até final do mês. Não preciso dizer a emoção que foi me deparar com ele estampando a vitrine! Essas são as peripécias atualizadas do baby e mamãe aqui já tá quebrando a cuca pra festinha de 2 aninhos!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

DIA DAS MÃES COMO REALMENTE É

Post muito bem escrito pela Mariana, uma blogueira como eu, mãe que acredita que a felicidade não é padecer no paraíso e sim divertir-se nele!
*esse post contém sincericídio, confissões desnaturadas e tiros no pé. Talvez amanhã eu alegue que o MMqD foi hackeado e que disparates foram ditos em meu nome, ok?* Oi, meu nome é Mariana e eu sou mãe de dois. Nesses meus quase 5 anos de maternagem, fui elaborando algumas questões que hoje vejo de uma maneira que seria impensável 5, 4 ou 3 anos atrás. Vai ser pesado, gente. Eu vou tentar não defender minha postura e sim expor uma questão que tenho vivido, ok? Praticamente uma terapia em grupo (dizem por aí que a blogosfera materna é opressiva, mas prefiro pensar nisso aqui como um grupo de apoio, onde todos se abraçam e choram no final). Pois bem. Do todos os discursos que a palavra MÃE carrega, dois sempre me incomodaram. O primeiro é o da felicidade incomparável, superior e sobrenatural que a maternidade traz. Ser mãe dá sentido à sua vida. Te faz conhecer o amor e a felicidade incondicionais, de um modo que você nunca conheceria de outra forma. Ser mãe é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma mulher. Quantas frases parecidas com essas vocês viram pipocando no facebook ou na TV nessa semana, hein? O segundo, contraditoriamente, é o do sacrifício. A gente pega frases famosas acerca da maternidade e o que se lê nas entrelinhas é que filhos são uma espécie de castigo. Ser mãe é padecer no Paraíso, confere? Toma que o filho é teu. Quem pariu Mateus que o embale (impressão minha ou o tom aqui é: Quem pariu Mateu que se f*, não conseguiu manter essas pernas fechadas, agora aguenta?). O filho é quase um fardo a ser carregado. Para a mãe, sofrer é bonito, perceberam? É a expiação dos nossos pecados, que começa com as dores do parto, blablabla. Então vamos romantizar as dificuldades e tirar daí nosso valor como mãe. Quédizê: quem pariu Mateus que o embale - mas fica calma, mãezinha, que embalar Mateus vai ser a maior felicidade da sua vida! Hum, sei. Fosse assim, povo ia estar se estapeando pelo privilégio de embalar Mateus em vez de jogar a criança em cima da sua progenitora, correto? Meio confuso, isso. Mas não importa. Nós assumimos felizes esses discursos. Padecemos no paraíso, embalamos Mateus, sentimos o amor sobrenatural e agradecemos a dádiva de ser mãe. Fazemos isso nos nossos blogs, nas conversar com amigas, nas novelas e nas propagandas de fralda. Eu mesma já fiz, e muito, tudo isso aí. Me sinto a embaixadora das mães e bebês no planeta Terra (que mãe blogueira não se sente?). Aí, quando quero brincar de "maternidade real", falo um pouco de cocô no parto ou de como as birras da minha filha são chatas. Agora segura essa "maternidade real", Berenice!: tem coisas que eu não ouso dizer. Nem no blog, nem no facebook, nem para as amigas. E vocês também têm, a-pos-to. *** Daí que eu tive a fase do encantamento enlouquecido pelos meus bebês. Acreditei (e senti) que a minha vida ganhou sentido depois dos filhos. Que só agora eu estava conhecendo a felicidade. Que ser mãe é sim a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma mulher. Aí os hormônios baixaram e eu recuperei a clareza de pensamento entramos em fases um pouco menos arrebatadoras. Passada a paixão enlouquecida, o que ficou foi um amor imenso e a sensação boa de pertencer àquelas pessoas, àquela família. Mas me dei conta que: a minha vida não "ganhou sentido", ela já tinha. A felicidade eu conheço desde muito cedo, graças à uma família ótima, escolhas certas e muita sorte nessa vida. Ser mãe é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma mulher? Não sei. Para mim, ser mãe é muito bom, muito transformador, muito difícil, muito enriquecedor, muito cansativo, muito engraçado e traz sentimento muito, muito intensos. E para você? E para a sua amiga? E para a sua própria mãe? Será que todas têm a mesma opinião? O que estou querendo dizer é: padronizar as mães e esperar delas que vistam a camisa d'A Mãe (a que se doa integralmente, vive para o filho, sofre sempre com um sorriso no rosto) - é sacanagem. As coisas não são tão previsíveis, os sentimentos não são tão puros, os momentos mudam, nós mudamos. As mães, mesmo tão iguais, são diferentes. E se um dia você ousar pensar que, bom, os filhos são muito importantes mas não são A sua vida e sim PARTE dela, pronto: você não é mais A Mãe. Você foi chutada do clube das mães sorridentes vestidas de branco que declaram que não eram nada e não conheciam o amor e nem tinham nenhum sentido em suas pobres vidas antes da chegada dos seus pimpolhos. Eu não estou apontando o dedo para ninguém além de mim mesma. Eu já sorri e fui uma mãe de branco declarando tudo isso aos quatro ventos. E era sincero. Mas não era toda a verdade, só parte dela - a parte mais bonita. Hoje eu entendo isso um pouco melhor. *** Vou contar uma historinha que explica um pouco a minha trajetória de encontrar, entender, odiar (ui!) e perdoar (quase) a mãe que eu sou hoje. Eu fui a mãe integralmente dedicada aos filhos. Fui a mãe que, orgulhosamente, dá conta. Tive muita ajuda da minha mãe e da moça que trabalha em casa, mas as funções primordiais foram nossas, minha e do maridão. Mais minha, porque o acordo era esse: ele trabalhava fora e eu trabalhava "dentro". O meu trabalho eram as crianças (fiz um ou outro freela, coisa curta que não chegou a mudar a rotina). Foram 3 anos e 8 meses assim, e então eu arranjei um freela mais longo e precisei contratar uma babá, o que era o meu pior pesadelo. Precisei porque a escola que escolhemos não tinha período integral e porque eu não queria mais abusar da minha mãe como abusei nesses quase 4 anos. Com dúvidas, com dor e com culpa, contratei a babá. E aconteceu o impensável: a presença da babá tornou a minha vida melhor, a ponto de eu não deixar a moça ir embora mesmo depois do freela acabar. Hoje trabalho em casa e tenho essa desculpa para mantê-la, mas cá entre nós: mesmo se o trabalho se for, a babá fica. Precisar, não precisa - eu ainda posso dar conta, como dei por tanto tempo. A babá fica não porque eu preciso, mas porque eu quero. Ai, o querer. E mãe lá pode querer alguma coisa, ainda mais se essa coisa não for necessariamente o melhor para os filhos, como é o caso? Sim, sim! Eis o ponto, o xis da questão, o EUREKA de todo esse meu falatório. O que mudou em mim de 5 anos para cá, graças ao estalo de admitir que eu também posso querer, é que eu comecei a valorizar o bem estar da mãe (e do pai) tanto quanto o dos filhos. E isso mudou a forma como algumas coisas acontecem aqui em casa. Só que eu dei azar, colegas. O meu querer não é o querer certo para uma mãe de família. O meu querer, na maioria das vezes, passa longe das brincadeiras de pega-pega ou da boneca que faz xixi. O meu querer é meio egoísta e adulto demais. Conflito de interesses detected. E agora? Sorte das mães cujos quereres são os mesmos dos pequenos. Ou daquelas que ficam muito bem no esquema "dedicação total a você" e para quem a doação total é recompensadora, estilo se meu filho está feliz eu também estou. Minhas sinceras palmas pra elas, acho admirável, até invejo. Mas (quero crer que) existem mães como eu, com esses quereres tortos. Mães para quem a doação total é custosa, chata e com força suficiente para pesar a rotina, atrapalhar a vida, tirar o tesão. Mães do tipo se meu filho está feliz, eu também estou, mas não completamente. Parece que falta algo... Pra mim, dentro do esquema "mãezona" que eu me impus, faltava eu. Não no começo, quando a maternidade me preenchia, mas depois de um tempo, com as crianças maiores um pouquinho. Faltava eu para além da mãe, saca? Sinto falta da esposa, amiga, profissional, botequeira e festeira que eu posso ser. Da moça que lê e vai ao cinema e dança fazendo um inevitável biquinho. Da defensora da preguicinha domingueira, do ócio criativo e do dolce far niente. Tudo o que eu ainda quero ser exige tempo. Os filhos também. De modo que, céus!, eu não raras vezes prefiro estar sem os filhos por perto para tocar certos aspectos da minha vida. Tenho adorado dividir a parte chata da rotina com a babá. E pior (segura, gente, que vai ser uma revelação fuerte!): descobri que eu não tenho o mesmo prazer que vejo escancarado por aí no que diz respeito à maternagem. Amo os meus filhos (que são incríveis, inteligentes, simpáticos, sacanas e genuinamente legais, como não amar?). Mas não amo a tal rotina de mãe, não. O trabalho 24/7, as brincadeiras repetitivas, os horários limitados. Eu encaro tudo isso, é claro. Assumo a responsabilidade. Mas não adoro, pelo menos não no atual momento (porque a minha disposição também tem fases). Agora vamos lá: Se não queria ter o trabalho, pra que teve filhos? em três, dois, um... Sim, já sofri por me cobrar desse jeito, mas parei. Acho tão simplista reduzir a maternidade a isso, a uma vocação, ou uma competição pra ver quem é melhor, mais dedicada, mais capaz. A maternidade envolve sentimentos tão complexos, imprevisíveis, contraditórios, mutantes. Reduzí-la a "filhos são a razão da minha vida" é pouco. Eu tive filhos porque quis, porque continuo querendo, porque eles trazem coisas fantásticas. Ser mãe me faz melhor e acho que tenho plenas condições de criar pessoas felizes, bacanas e psicologicamente saudáveis (se é que isso existe). E eu ainda tenho trabalho, ô se tenho, podem acreditar. Só resolvi facilitar a minha vida. Resolvi que não quero endossar o tal discurso do sacrifício, essa coisa meio mater-dolorosa-way-of-life. Isso não encaixa com a minha pessoa, gente, faço mais o estilo culpa-free (meta ainda não atingida, mas se um dia acontecer serei chutada do clube d'As Mães de vez, hoho!). Sou melhor sendo a mãe que vai ali, mas quando volta tá animadona, do que a mãe sempre presente com cara de bunda. O ideal seria ser a mãe sempre presente e animadona, claro, mas acho que eu não sou, não agora. Já fui. Talvez volte a ser. Mas agora, nesse exato momento do espaço-tempo, não sou. *** Então eu não sou a mãe que sonhava ser. Como lidar? É melhor engolir uma certa frustração em nome da "maternagem ideal" que nos valoriza como mães e garante o melhor para os filhos, ou devo equilibrar as necessidades de todo mundo, nem que isso signifique ser egoísta, às vezes, em nome da sanidade geral do lar (e específica da mãe em questão)? Eu demorei quase 5 anos para escolher a segunda opção e, sobretudo, fazer as pazes com ela (ainda em processo, of course, porque nada nessa vida é simples, amigas). Admiti há pouco tempo que nem toda a decisão que tomo bota os filhos em primeiro lugar. E vejam: não digo isso com orgulho, de modo algum. É com vergonha. O que estou fazendo aqui é admitir certas falha que parecem incompatíveis com a maternidade: eu sou imatura, um pouco egoísta, um pouco hedonista e muito preguiçosa. Ou nego isso e viro a mãe perfeitinha e frustrada de filhos absolutamente felizes (quem dera fosse garantido assim, né?), ou admito as falhas e tento equilibrar as minhas necessidades e as dos meus filhos de modo que ninguém saia perdendo muito. Escolhi o equilíbrio. E, sinceramente, não sei se meus filhos perderam tanto assim. Sei que eu ganhei muito. Para terminar, uma analogia bonita usando um cenário idílico: era uma vez uma montanha muito alta. Lá no topo, com uma vista fantástica, estavam as minhas crianças. Cá embaixo, quase no chão, nós, os pais. Só que não estava dando muito certo. As crianças são importantes, mas nós também, ué. Então tiramos as crianças do topo e fomos, todos juntos, para uma clareira um pouco mais embaixo (é que no topo não cabem os quatro). Agora toda a família está junta, não tããão lá em cima, mas no alto o suficiente para a vista do horizonte continuar sendo bem bonita. Não mais a vista espetacular que era exclusividade das crianças, mas uma bela vista que a família inteira compartilha (e quem disser que quem compartilha é a babá leva uns croques na fuça!). *** Então é isso. Ou não é nada disso e eu estou apenas tentando loucamente justificar o meu pecado capital, a maternidade preguiçosa. Vai saber? Feliz Dia das Mães, mães! Aproveitem a data e se dêem um presentão: se façam tão felizes quanto fazem os seus filhotes, tá? (Dito isso, pessoa desliga o computador e corre para marcar uma terapia.) Fonte: http://minhamaequedisse.com/2012/05/um-antipost-de-dia-das-maes/