sexta-feira, 4 de outubro de 2013

DE REPENTE, UM MOLEQUE!


A cena clássica da criatura em pé, ao meu lado. “O fiiiiiiiiilho que que você tá fazendo aqui?”
Cadê aquele nenezico que há pouco chorava no escuro? Cadê aquela pessoinha que dormia abraçada na popó? Aquele neném fofo que me estendia os bracinhos querendo cói? Sempre acreditei na teoria da minha amiga Kika Coutinho, de que alguém troca a criança a noite e põe outra no lugar, igualzinha, só que maior. Foi assim na fase RN, na fase dos mil dentes, quando andou, falou e agora, pronto, agora ele vem até meu quarto , NO ESCUUUURO!!
Pois é! Difícil essa fase de não é uma criança mas também não é um bebê. Sei lá como tachar, é um molequinho. Safado que só, já sabe argumentar, negar, peitar e fazer birra. Sabe pedir surpresa sempre que precisa tomar banho e barganha o desenho  se  comer tudo. Sabe pedir brinquedo vendo propaganda e sabe que sexta é o último dia de escolinha, porque depois a gente vai passear. Até tentei lá no meu inconsciente, fazer uma festinha dos Smurfs pra ele, ok, ele amou, mas no fundo, no fundo ele queria o show das poderosas. Os brinquedos também perderam a fofura, claro que existe um Mickey de pelúcia aqui, um urso polar (que já tá encardido) ali, mas a vez dos carrinhos com controle remoto,  voando pela casa, dos eletrônicos, livros de pintura e quebra-cabeças, chegaram com todo gás.
Roupa é um caso a parte. Só usa o quer, e não precisa combinar. Outro dia ele cismou de ir com uma meia diferente da outra pra escola. Rosa é coisa de menina e bichinhos nem pensar!!! E também não é sempre que quer cortar as unhas dos pés. Aí vem bilhetinho da escola, mandando eu cortar e quero me enfiar num buraco, de tanta vergonha!!
A luta pra sentar na cadeirinha do carro talvez seja o maior dos estresses. Toda vez é uma grande batalha. Certeza que emagreço uns 5 kilos fazendo força contra até achar às cegas o cinto que encaixa no triângulo que prende as 2 partes na trava de segurança, aí é só apertar as alças, seeeeeeeem enforcar a criança que esperneia e pronto, tentar sair com o carro, como se nada fosse.
Mas, porque e agora não, nem preciso dizer que são as palavras de ordem. Não menos importantes que claro que não, claro depois e claro que nunca. Ah! E os famosos e irritantes “pega você” e “eu quero agora”.
Só 3 anos e um moleque! Um moleque que tem certeza que é adulto, porque esses dias me disse que já podia mexer com facas e tesouras e que ia trabalhar pra ganhar dimdim. E eu passada, olhando meu bebê. 
Óbvio que meu lado superlativo está aflorado, existe tooooooooda a delícia dessa fase de transição, a mala de sair virou uma pequena nécessaire, a preocupação coma comida fora de casa é mais amena, as idas ao mercado já não são um sacrifício, os passeios são mais interessantes, a interação é muuuuuito mais legal, mas é um choque grande, por mais que a gente trate ele de igual pra igual, eu fico em choque com cada palavra atravessada, olho virado e boca torta que ele faz. E chego a surtar com a repetição de uma mesma frase quando quer alguma coisa: “quero biscoito, quero biscoito, quero biscoito, quero biscoito” é um mantra dos I-N-F-E-R-N-O-S!!!!!!

E eu só queria saber uma coisa, uma coisinha só: Cadê??? Quem foi o ladrão que roubou meu bebezinho? Devolve ele, só  mais um pouquinho, por favoooooooooor???

Nenhum comentário:

Postar um comentário