sexta-feira, 30 de novembro de 2012

TERRIBLE TWO

Acabou a fase fofa. Li muito sobre os 2 anos e todas as novidades que viriam com ele. Apesar da boa educação, da doçura, do senso de independência, do bom garfo e inteligência que é, meu filho captou as coisas terríveis que os 2 anos oferecem. Manha, birra, teimosia, raiva, arrogãncia, ansiedade, braveza, escrotice, ruindade, enfim...pacote compelto. Falo, explico, ouço, conto até mil, ponho de castigo e até bato. Sim! Bato! Medindo força, tirando um pó de leve, mas não dá pra passar ileso pelas palmadas. Se não, não há limites. Pouco me ouve, aliás ouvido seletivo, só escuta o que lhe convém. E convém a hora do suco, do chocolate, do teatro, do passeio e da escolha do brinquedo. Banho, almoço, parar as cambalhotas, não subir no gato e não riscar a parede, a surdez é absoluta. Difícil não perder a cabeça ou chorar numa situação assim. E têm sido noites difíceis. De muito choro das duas partes, muito cansaço físico e mental e muita barganha. Aprendi a negociar...se não comer, não chupa chupeta, se não tomar banho não vê tv...infelizmente, criando um mercenariozinho. Por mais que eu seja contra ver muita tv, ela é um mal necessário. E justo entre às 19h e 21h preciso mais do que tudo do Bob Esponja pra me ajudar nas tarefas da casa e nas 2 horas de paz. Uma violência se segue, e eu ali diante de um filho hipnotizado e cruel diante dos bofetões que o Calça Quadrada desfola no coitado do amigão Patrick. Me horrorizo com a diversão do Lucas vendo olhos saltarem das órbitas, caras ficando deformadas com portadas, peixinhos sendo ridicularizados, chefes humilhados e mais milhares de atrocidades praticadas por aquele ser esponjudo que mora num abacaxi. Abacaxi instigado por mim, que simplesmente deveria desligar a tv ou procurar uma opção mais meiga, tranquila, condizente com os poucos 2 anos. Recebo um abraço assim que o desenho acaba. E um eu te amo, mamãe. Respiro aliviada, retribuindo o gesto e acreditando com todas as forças, que aquilo é uma fase, independente do Bob Esponja, afinal, cresci vendo Pica-Pau e Tom & Jerry, e eles não me parecem nada sãos olhando com a maturidade de hoje. E não me tornei um adulto autoritário, egocêntrico e sanguinário, não distribuo maldades, muito menos saio socando o mundo. E naquela fase dos 2 anos, eu também pintei várias paredes, subi em muitos gatinhos e certamente, barganhei a chupeta após o jantar...

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