segunda-feira, 23 de maio de 2011

SEXTA FEIRA 13






Era mais uma sexta comum e esperada, como todas.
O fato de ser 13, pouco me importava porque nunca fui dada à superstições.
Antes fosse, aquela, definitivamente não seria uma manhã como as outras.
8h da matina e o dia começava em casa...papai se arrumando, eu, já pronta arrumando Lucas pra levar pra Tia Lolô.
Foram 4 segundos, 3 talvez, os mais rápidos, intensos e provavelmente doídos da minha vida. Numa fração, Lucas e suas 12 pernas e braços escapou pelas minhas mãos e caiu, desabou do trocador (um trocador tenebroso de uns 1,20m. Nem imaginem o barulho, porque não sei descrever. Foi a coisa mais arrepiante que já senti e escutei.
Aos prantos, eu e ele sabíamos que os próximos segundos não seriam fáceis.
Não sei como, mas peguei-o do chão o mais rápido que pude e quando vi já tinha Diogo, faxineira, gatos e toda a minha aflição naquele quarto. Sonolento, ele gritava, como nunca havia gritado antes e eu, num misto de desespero e choque não sabia o que fazer.
Os planos mudaram literalmente: carteirinha do hospital a postos, mamadeira e mala, lá fomos nós visitar a Disney novamente.
Com o Lucas já mais calmo nos braços, fui me abaixar pra ligar pra tia Lolô, que a essa altura já não entendia o porque de tanto atraso, quando chegou a minha vez de experimentar o sabor de uma sexta 13.
Tropecei na calça e pra não ver o Lucas se arrebentando de encontro ao rack da sala, torci meu corpo (de Giselle Bundchen, aliás), e arremessei-o pro sofá.
Me estatelei no chão, completamente retorcida, numa dor digna de morrer ali mesmo.
Mas Lucas precisava ser atendido rápido, esqueci de tudo e anestesiada, fui pro hospital.
Pra resumir a aflição de quem está lendo, o atendimento foi hiper rápido e ele não sofreu qualquer lesão na cabecinha. Foi só um susto, dos grandes, mas sem nenhuma consequencia. Quer dizer..., exceto por uma tal de medição de saturação, que fez o pobrezinho receber 3 dias de internação por conta do forte resfriado.
Aí vcs me perguntam, mas e sua perna? Depois de quase 9h entre inalações, medicações e burocracias, fui cuidar de mim.
Pelo esforço e por massacrar a perna durante todo dia, ganhei uma bela contusão na patela (triturei a rótula mesmo), 15 dias de molho, bota ortopédica, muletas, gelo, antiinflamatório e quiçá um adiamento da viagem à Buenos Aires.
Dormir no hospital os 3 dias foi terrível. Primeiro em ver o Lucas naquele lugar, sendo picado, aspirado, revirado e dopado de todas as formas, segundo porque impotente, eu só podia assistir a tudo, sem pôr os pés no chão.
Domingo, finalmente voltamos pra casa, e só aí a gente se dá conta que a casa da gente, apesar de não ser o lugar mais seguro do mundo, é o único local em que a gente quer estar.

Obs: Passado mais de uma semana da fatídica data, Lucas tá hiper bem do resfriadinho e eu já domino bem as muletas, fui até trabalhar hj, sozinha. Acho que vai rolar um tango si!

*A fisioterapeuta pediu para observar algum retardamento ou aceleração de desenvolvimento no Lucas, por conta da queda. Bom, ele voltou do hospital sentando, mostrando a língua e dando tchauzinho, acho que tá acelerado, né?? Ah!! E ele descobriu a gelatiiiiiiiiiiiiiiiiiina!!!

Família, não contamos os acontecidos no momento, pois não havia condições de tumulto no hospital e preferimos poupá-los desse susto. Está tudo sob controle, eu, sinceramente tô apenas tentando administrar e ficar mais atenta com relação à queda dele, nunca me perdoarei.

Diogo, está um verdadeiro zumbi, não dorme direito há 2 semanas, cuidando da minha perna manca e do pequeno polvo. Mas agradeço sua atenção, paciência e dedicação, nesses momentos em que eu preciso demais dividir as tarefas, que eu teimo em fazer sozinha.

Um comentário:

  1. Cris, se serve de consolo, eu também deixei a Bia cair do trocador (com 1,20m de atura coincidentemente) quando ela ainda nem tinha 1 ano. Posso dizer que sei a dor e a aflição descritas nesse post, e que nessas horas a gente quer fazer o tempo voltar (como o Superman, tentando fazer a Terra girar ao contrário).
    No caso da Bia, nem galo apareceu, graças a Deus. Eu sei que foi um livramento DAQUELES, pois ela caiu num pequeno vão entre o trocador e a cadeira de amamentar, e com o rosto pra cima. Chorou bastante, mas logo se acalmou. Nem levei ela no PS pois seu comportamento continuou normal nas 4 horas seguintes ao ocorrido.
    Confesso que cogitei aposentar o trocador, mas depois de alguns dias forçando as costas pra trocar a Bia na minha cama, decidi melhor não.
    Então, com o passar dos dias, eu fui superando e deletando aos poucos da minha mente a imagem em câmera lenta do ato da queda.
    Quanto ao seu tombo, estimo sua melhora o quanto antes, amiga. Quem sabe vc não lança uma nova moda dançando tango de botinha branca?
    Bjs, Carol.

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