Tava eu quieta no quarto, quando de repente ouço um atordoamento de sons vindo da sala.
Sons não! Barulhos. Mas boooooooooooooooota barulho nisso.
Não que o ser em questão já fosse a pessoa mais silenciosa, longe disso. Até acho que ele é meio surdinho, por causa da tv no volume 23, mas o barulho realmente superou expectativas.
Um misto de fórmula 1 com paintball, urros e último dia de campanha da Dilma.
I-N-F-E-R-N-A-L.
Me dirigi ao epicentro do caos (a sala), eu + minha fúria assassina.
E me deparei com a barulhenta criatura apertando um joystick de olhos grudados na tela.
Esta, por sinal, revelava dragões voando desgovernados, homens medievais com bazucas nas mãos e sangue, muito sangue.
Ao lado dessa sandice toda, um pacato e inocente bebezinho assistia às cenas, achando que era ScoobyDoo. Sim minha gente! O coitado do Lucas, tava ali, mordendo a mãozinha de borracha verde, enquanta papai herói matava dragões malvados.
Tirei o bichinho dali o mais rápido que pude. Instinto, fazer o que.
E fui ler sobre o assunto.
Claro que me horrorizei porque uma coisa puxa a outra em portais de bebês e cheguei numa parte que eu temia.
Olha a história: um casal americano sempre assistia à filmes de terror assim que seu bebê dormia. Tempos depois a criança desenvolveu a síndrome de terror noturno e tinha constantes pesadelos.
Resumindo, faz 1 semana que o vídeo game chegou, faz 1 semana que Lucas acorda aos berros, todos os dias às 5 da matina, soltando estranhos grunhidos.
Inda bem que semana que vem tem pediatra.
Me resta consolar o pequeno, dizendo bem baixinho pra ele: "Calma filhote, vc nem viu o que é pesadelo ainda. Um dia te mostro o carnê do IPVA, o boleto do aluguel, a conta do celular..., calma filhote, calma"!